1 - Os portugueses foram os primeiros ocidentais a chegar à China por mar, no século XVI, já que por terra a primazia parece pertencer à família Polo, que andou por lá séculos antes.
2 - Portugal, além de sustentar bispados em Macau, Pequim e Nanquim, mantinha uma embaixada na Corte do Imperador da China. Aliás, o embaixador português na China, ao regressar para Portugal, partiu de Macau em 4 de janeiro de 1754 e passou pelo Rio de Janeiro em 22 de fevereiro de 1755. Quatorze meses de viagem... Não é à toa que as relações comerciais eram escassas! Enquanto isso, nosso Presidente chegou à China em poucas horas, mesmo usando o velho avião presidencial.
3 - Ademais, ainda no século XVII, uma linha de navegação foi estabelecida entre Lisboa e Macau, na China, onde os portugueses haviam sido autorizados a instalar uma feitoria. Esses navios faziam escala no Brasil, e às vezes arribavam em portos não autorizados como Laguna em Santa Catarina. Portugal chegou mesmo a ter uma Companhia da Índia Oriental e China, voltada para esse comércio. Alguns de seus navios são conhecidos:
-"nau que ia para a China" arribou em Laguna no fim do século XVII (Inv & Test.27:422)- São José - Rei de Portugal, Corsário -fundeou na Bahia em maio de 1756, junto com o corsário Sant'Ana - Rainha de Portugal - ambos pertenciam à Companhia da Índia Oriental e da China - (AMUL, 1:149)- Neptuno - navio sob comando do capitão Antônio José de Oliveira chegou à Bahia arribado e com avarias -1/7/1755 (AMUL, 2:296) Seu nome completo era Neptuno, Santo Antônio e Almas. Chegou à Bahia em 29/7/1777, sob o comando do mesmo Antônio José de Oliveira, vindo de Lisboa, tendo sofrido avarias durante a viagem ao suportar grande temporal. Tomou grande carga de tabaco na Bahia (AMUL, 2:380/382) deve ser o mesmo que chegou à Bahia em junho de 1781, sob o comando do mestre Joaquim Gonçalves da Silva, vindo de Macau (idem, 488)
4 - Mas outros países, especialmente a Inglaterra, também procuravam comerciar com a China e igualmente seus navios faziam escalas e arribadas no Brasil, tanto na ida como na volta.Assim, quatro navios ingleses passaram pela Bahia em 1760. Iam para Bombaim, de onde passariam para a China para carregar fazendas para a Europa, por conta da Companhia Oriental de Londres (AMUL, 1:427). Eram eles:
- Neptuno - nau inglesa arribada à Bahia, sob o comando do Capitão João Puling- Harl Temple - nau inglesa arribada à Bahia, sob o comando do Capitão Guilherme Foster- York - nau inglesa arribada à Bahia, sob o comando do Capitão Pedro Lascelles- Egmont - nau inglesa arribada à Bahia, sob o comando do Capitão Carlos Mears- London - nau inglesa arribada à Bahia
Mas além desse intercâmbio comercial por via marítima, houve passageiros nos dois sentidos. Em 1801, o mercador chinês Alom pedia licença para ir ao reino no comboio que sairia do Rio de Janeiro - 23/4/1800 (Ofícios dos Vice-Reis, 214 - PAN, 1:663 ).
E Pedro Taques menciona uma "Embaixada à China", integrada por portugueses e brasileiros, na virada dos séculos XVII e XVIII (P.TAQUES, Nobiliarquia Paulistana, 2:193).
Mas, o "filé" desta crônica está num texto de Hipólito José da Costa, o jornalista do "Correio Braziliense", periódico editado em Londres entre 1808 e 1823, o qual, no número de setembro de 1813, afirma: "A China não tem comércio externo, e contudo é um próspero, rico e respeitável país. A comparação da China com o Brasil não é descomedida, em ponto de capacidade de terreno, fertilidade do chão, bondade do clima, e facilidade de comunicações internas. Logo, julgamos muito ajuizado imitar no Brasil a política dos chineses."
http://www.receita.fazenda.gov.br/Memoria/administracao/curiosidades/ComercioBrasilChina.asp
sábado, 17 de octubre de 2009
Comércio entre Brasil e China - algumas notas
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