foto: Zeca Floriano Peixoto 1905 ,practicante de Jiu-Jitsu.
Para uma cartografia simbólica do Rio de Janeiro na Belle
Époque: sociedade, imprensa e carnaval
Para uma cartografia simbólica do Rio de Janeiro na Belle
Époque: sociedade, imprensa e carnaval
...........Contudo, as grandes sociedades mantiveram-se fiéis à tradição e ao imaginário cultural do
carnaval europeu, muito embora não se esquivassem à ambigüidade constatada, por exemplo, na presença de figuras típicas do carnaval popular em seus préstitos, como os diabinhos (em geral, capoeiras que ocultavam navalhas sob a cauda da fantasia e se encarregavam da proteção aos carros da sociedade17)
17 Demonstrando o preconceito com relação a figuras típicas do carnaval popular, o memorialista Luiz Edmundo oferece-nos uma boa descrição da participação dos capoeiras na festa: “Em 1901-2-3, já não existiam capoeiras à frente de bandas militares; a coragem do chefe polícia republicano nos livrou dessa indesejável malta (...). Cá ficaram, no entanto, os amadores que, se não freqüentavam as escolas ao ar livre, onde se ia cultivar o tenebroso jiu-jitsu americano, ainda se adestravam na arte de bem-aplicar no próximo uma boa rasteira, uma cocada ou um rabo-de arraia... Pelos dias de loucura carnavalesca, a alegria e a cachaça acendem os ânimos desses tradicionalistas. E o homem colonial é o que encontramos na rua vestido de diabo, tendo uma navalha dissimulada na extremidade de uma cauda enorme ou então guardando, sob as dobras macias de um misterioso dominó, um furador de café ou um facão de cozinha” (1957, v. 4: 823).
carnaval europeu, muito embora não se esquivassem à ambigüidade constatada, por exemplo, na presença de figuras típicas do carnaval popular em seus préstitos, como os diabinhos (em geral, capoeiras que ocultavam navalhas sob a cauda da fantasia e se encarregavam da proteção aos carros da sociedade17)
17 Demonstrando o preconceito com relação a figuras típicas do carnaval popular, o memorialista Luiz Edmundo oferece-nos uma boa descrição da participação dos capoeiras na festa: “Em 1901-2-3, já não existiam capoeiras à frente de bandas militares; a coragem do chefe polícia republicano nos livrou dessa indesejável malta (...). Cá ficaram, no entanto, os amadores que, se não freqüentavam as escolas ao ar livre, onde se ia cultivar o tenebroso jiu-jitsu americano, ainda se adestravam na arte de bem-aplicar no próximo uma boa rasteira, uma cocada ou um rabo-de arraia... Pelos dias de loucura carnavalesca, a alegria e a cachaça acendem os ânimos desses tradicionalistas. E o homem colonial é o que encontramos na rua vestido de diabo, tendo uma navalha dissimulada na extremidade de uma cauda enorme ou então guardando, sob as dobras macias de um misterioso dominó, um furador de café ou um facão de cozinha” (1957, v. 4: 823).
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