O trato as margens do pacto
Autor(es)
Fernão Pompeo Camargo Neto
Já no início do século XVII, quando aqui esteve, Fancisco Pyrard, natural de Laval, percebeu e manifestou-se sobre a vantagem que tinham os senhores de escravos em decorrênciado fato da desterritorialização do trabalhador escravo, o qual, fora do seu habitat natural, se viacomo um peixe fora d’água, desconhecendo o meio ambiente que teria que enfrentar, em termos da determinação das espécies de plantas e de animais de que pudesse se alimentar, da forma como deles poderia se apoderar, de como achar água, de aonde se esconder, e, ademais, de como conviver com autóctones que lhes eram hostis. Tudo isso representava um desestímulo à fuga dos africanos, que, além de enfrentarem a desvantagem, pela inadaptação ao meio físico, que tinham ao fugir pela mata relativamente aos capitães-do-mato nativos, ainda receavam o confronto com os habitantes naturais da terra. Assim se expressou a esse respeito o aventureiro de Laval, quando por aqui passou: “...a coisa que os portugueses fazem mais estimação no Brasil são os escravos da costa de África e das Índias orientais, porque não se atrevem a fugir nem a escapar-se, porque a gente da terra os apanharia e os comeria, o que não farão aos da própria terra que, além disso, não são tão aptos para o trabalho como os outros.” (PYRARD, 1944:234–vol.2).
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