lunes, 1 de febrero de 2010

ACADEMIAS DE GINÁSTICA SÓ PARA MULHERES: INOVAÇÃO OU TRADIÇÃO?
Gabriela Neiva
Mestranda em Educação Física /GEFSS-UGF- RJ / bolsista do CNPq
Euza Maria de P. Gomes
Doutora em Educação Física/ GEFSS-UGF - UNIVERSO - RJ
Juliana Santos Costa
Mestre em Educação Física / GEFSS-UGF – UNESA – UFRJ - RJ

4.1 As academias de ginástica feminina
Verificamos no levantamento de Bertevello (2005) que na cidade do Rio de Janeiro as primeiras academias eram destinadas à prática de lutas (judô e jiu-jitsu) e halterofilismo, e algumas exceções para a prática de ginástica, dança ou natação. As modalidades predominantes eram reconhecidas como viris na época, proibidas às mulheres devido ao risco de se masculinizarem e/ou prejudicarem suas “funções”. Sob a influência do discurso higienista dominante nas décadas de 1930 e 1940, as possibilidades de atividades físicas femininas eram balé, ginástica ou dança feminina moderna.

5.2Hermínia de Andrade
Hermínia de Andrade nasceu em 1928. Moradora da Tijuca se envolveu com a prática de atividades corporais quando jovem, com 17 anos. Neste período dedicou-se às atividades físicas do Clube Ginástico Português, no centro da cidade, sobretudo o vôlei e a ginástica calistênica. Depois de se casar e ter filhos decidiu trabalhar fora de casa para ajudar nas despesas, primeiro como funcionária pública por aproximadamente quatro anos, até quando decidiu abrir a academia. Seu marido e muitos/as amigos/as não acreditaram na idéia, mas seu interesse pela área de estética a fez acreditar e seguir em frente abrindo a academia que oferecia aulas de ginástica e massagens estéticas feitas por ela mesma.
Não se profissionalizou, mas não deixou claro o motivo na narrativa. Dizia não haver curso de educação física em universidades na década de 1960, contudo, já havia a ENEFD da Universidade do Brasil desde 1939. Atribuímos a causa de sua não profissionalização ao fato de já ser mãe de dois filhos na época e, talvez, um grande entusiasmo em abrir a academia. Realizou “cursos livres” voltados para a área da educação física, reabilitação e tratamentos estéticos. Em poucos anos sua filha Margarida já a estaria ajudando.
“Depois de jovem comecei a freqüentar academia, fazer ginástica no Clube Ginástico Português. Ele existe até hoje. Na época existiam os clubes, as academias de ginástica eram poucas, mais oriental, tinha também Shidokan, que era jiu -jitsu.. Mas ginástica mesmo em academia não. Eu achava que tinha que ir por esse caminho. Aí comecei a entrar, estudei, fiz cursos, a parte de estética eu também gostava muito. Eu saí do serviço público e montei uma academia. Aí as opiniões foram todas contrárias!
http://www.cbce.org.br/cd/resumos/215.pdf

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