lunes, 7 de septiembre de 2009

1953- Capoeira como Arte Marcial Oficial


dibujos:Método Zuma


Graças ao trabalho desenvolvido por Annibal Burlamaqui, estruturando os Departamentos de Luta Brasileira (Capoeiragem), nas Federações Estaduais de Pugilismo, em 1953, o governo brasileiro expediu a Deliberação 071/53 do Conselho Nacional de Desportos – CND, órgão do Ministério da Educação e Saúde Pública. Esta medida que tinha como objetivo exercer um controle sobre o cidadão que praticava atividades esportivas, em especial as Artes Marciais, enquadrando a Capoeira nesta categoria, determinava o cadastramento de todos os seus praticantes e sua comunicação aos órgãos governamentais. Esta medida, a despeito da sua natureza, caracterizou o segundo reconhecimento oficial da Capoeira como uma modalidade desportiva.


.......................O Método de Zuma, como vimos, tinha o nome de “Ginástica Nacional” e deu origem à “Luta Brasileira”. Embora sejam diferentes os conceitos de “Ginástica” e de “Luta”, ocorre que ambas provinham da mesma orientação: civilizar e difundir a Capoeira. Bimba, utilizando-se deste método e fazendo uso da legislação de sua época, registrou sua academia na Inspetoria do Ensino Secundário e Profissional da Secretaria da Educação, Saúde e Assistência Pública, do Estado da Bahia, obtendo em 09 de julho de 1937, o Alvará n° 1117, para o funcionamento de sua academia como Curso de Educação Física, sob o nome de “Centro de Cultura Física e Luta Regional”. Ou seja, a Capoeira, que na década anterior já estava liberada pela polícia no Rio de Janeiro, sob o nome de “Luta Brasileira”, agora estava registrada em Salvador sob o nome de “Luta Regional”. Desta forma um modelo desportivo nacional fora registrado por Bimba como sendo regional. Iniciou-se, a partir de então grandes desentendimentos sobre a mesma.
Esta situação de registro na capital nacional como “nacional” e nas demais capitais como “regional” era comum naquele período histórico. Este fato foi registrado no Jornal Diário da Bahia, na sua edição de 13 de março de 1936, na matéria: “Titulo Máximo da Capoeiragem Bahiana”, onde Bimba, dá uma longa entrevista acerca de seus desafios públicos na divulgação da chamada Luta Regional. Da mesma destacamos o seguinte trecho: “Falando sobre o actual movimento d’aquele ramo de lucta, genuinamente nacional uma vez que difere bastante da Capoeira d’angola, o conhecido Campeão (Bimba) referindo-se a uma nota divulgada por um confrade matutino em que apparecia a figura do Sr. Samuel de Souza. Do Bimba, de referência aos tópicos ouvimos: Ao som do berimbau não podem medir forças dois capoeiras que tentem a posse de uma faixa de campeão, e isto se poderá constatar em Centros mais adiantados, onde a Capoeira assume aspectos de sensação e cartaz. A Polícia regulamentará estas exibições de capoeiras de acordo com a obra de Aníbal Burlamaqui (Zuma) editada em 1928 no Rio de Janeiro... Antes de deixar a nossa redação Bimba, apresentou-nos um seu discípulo Manoel Rozendo Sant’ana, que aproveitou para lançar de público um desafio ao Sr. Samuel de Souza para uma lucta pelas normas traçadas pela direção do Parque Odeon, conforme se tem verificado 8”.

Nesta reportagem existem alguns itens que merecem uma atenção mais detalhada:
 A confirmação da influencia de Zuma no trabalho implantado por Mestre Bimba;
 O reconhecimento de Bimba ao trabalho de Zuma

 A afirmação de Bimba existia Centros mais adiantados em Capoeira que a Bahia, no caso, a Cidade de Rio de Janeiro;
 O interesse de Bimba pela prática desportiva da “Luta Nacional”;
 A integração de seu discípulo nesta inovação9;
 A adoção do regulamento de Zuma pela direção do Parque Odeon, onde se realizavam tais apresentações;
 A liberação pela polícia, daquela forma de luta já existente no Rio de Janeiro.

8 Diário da Bahia. Salvador 13 de março de 1936. http://saladepesquisacapoeira.blogspot.com/2009/05/declaraciones-de-bimba-1936-1303-diario.html

Fuente: Annibal Burlamaqui - Patrono

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