lunes, 7 de septiembre de 2009

MARINHEIROS, PORTOS E SOCIABILIDADES: O BRASIL E A ASCENSÃO DO ATLÂNTICO SUL (1780-1850).1
José Carlos Barreiro.2
Congresso Internacional da Brasa, 2006.

........................ Luccock descreve um motim desencadeado pelos marinheiros, que, sob determinados aspectos configurou-se como um movimento planejado. Os trabalhadores do navio escolheram um momento apropriado para se recusarem a desempenhar normalmente suas tarefas. Esperaram que uma situação de mau tempo, prenunciando tempestade, desencadeasse o pânico no navio e tornasse o seu trabalho mais imprescindível do que nunca, para anunciarem o seu protesto. A desobediência dos marinheiros às ordens de subida ao Convés para as providências de enfrentamento da tempestade colocou o Capitão do navio e um inglês, que desempenhava as funções de Imediato, em luta com os marinheiros. A tripulação inglesa muniu-se rapidamente com armas de fogo, que não chegaram a ser usadas, porque alguns marinheiros foram abatidos a paulada, dentre eles o marinheiro Silva, que liderava o motim 13.

13 O marinheiro Silva foi mencionado várias vezes por Luccock, tal a sua importância como líder e como trabalhador marítimo típico daquele período. Luccock informa que ao regressar, antes mesmo de ser punido no Brasil embarcou para a China em outro navio mercante, dizendo também dele nunca mais ter ouvido falar. Sua biografia merece ser melhor explorada, com o objetivo de esclarecer vários aspectos do mercado de trabalho marítimo, dentre os quais as suas características de internacionalidade, bem como as características, os contextos e os sentidos da movimentação daqueles trabalhadores pelo mundo atlântico. Exemplares, neste sentido, são os trabalhos de Rediker e Linenbaugh em relação às biografias dos marinheiros John Young e Edward Coxere no século XVIII, e o recente artigo de Reis, Gomes e Carvalho sobre o africano Rufino José Maria. Cf. Rediker, M. Between the Devil and the Deep Blue Sea, p. 79-80; Linenbaugh and Rediker The Many-Headed Hydra. Sailor, Slaves, Commoners, and the Hidden History of the Revolutionary Atlantic. Boston, Beacon Press, 2 000, p. 151, 257 e 315; Reis, J.J. e alli África e Brasil entre margens: aventuras e desventuras do africano Rufino José Maria no século XIX.
http://sitemason.vanderbilt.edu/files/ew6hAQ/Barreiro.doc

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